quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Mas por quê não voltar...

 

 


O que eu procurava,

Onde estava, eu não sei,

Buscava por algo,

Porém não encontrei.

Resolvi viajar,

Buscar, procurar,

Eu viverei.

 

E lá no distante

Novo lugar,

Uma nova busca,

Meu doce lar,

Mas ainda não sei

Se nesse mundo

Eu vou ficar.

 

Aqui, na fé,

Aonde meu pé,

Me carregar.

Mas eu sei,

Que a minha busca vai achar...

Mas por quê não voltar...

 

Quem disse que não dá,

Para no meu mundo eu encontrar,

A minha vida, minha razão

O meu lugar...

Mas por quê não voltar...

Quem disse que não vou,

Sair de onde agora estou,

Para acabar com o que

Um dia tudo começou...

Mas por quê não estou...

 

Como se eu não pudesse,

Encontrar um bom lugar,

Um lugar de alegria,

Para eu ficar.

Não importa

O quanto longe

Ele possa estar...

 

 

Cada passo que dou,

É um passo a mais,

Que me leva ao caminho,

Me encaminha à paz.

Sem lugar,

Sem sorriso, sem vida,

Nunca mais...

 

Mas por quê não voltar...

 

Não importa quem eu sou,

Não importa onde vou...

Tudo que me importa agora,

É que a busca terminou,

Meu lugar,

O local pra onde vou...

Mas por quê eu não vou...

 

Quem disse que não dá


Para no meu mundo eu encontrar,

A minha vida, minha razão

O meu lugar...

Mas por quê não voltar...

Quem disse que não vou,

Sair de onde agora estou,

Para acabar com o que

Um dia tudo começou...

Agora acabou...

 

 

                                              Victor Augusto

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Novamente só

 


Novamente sozinho...

Mais uma noite,

Outra dor no peito...

Estou sozinho de novo.

Por que?

Por que não posso ter aquilo,

Que mais quero?

Estou só...

 

Olho a minha volta,

E não vejo ninguém.

Não me vejo.

Não vejo alguém ao meu lado,

Como já pensei ter visto antes.

Mas agora,

Estou só...

Sozinho novamente...

 

As horas se passam...

Até quando isso irá durar?

Até quando irei buscar e não achar,

Companhia, afeto, carinho...

Ficarei só...

Sozinho novamente,

Contando o tempo passar,

Vendo a vida acabar...

 

Minha lamentação...

A dor dessa solidão,

Os sons da noite vazia,

São as minhas companheiras.

Contudo,

A boca se cala,

A dor aumenta,

Os sons se abafam...

Continuo sozinho....

 

Sombras marcam o caminho.

Sombras sem vida,

Sem compaixão e piedade.

Me deixaram só...

Abandonaram-me...

Esse é o meu pesar.

Assim eternamente ficar.

Ver o mundo girar...

Apenas a esperar...

Pra me confirmar,

Que estou sozinho novamente...

 

 

                                                    Victor Augusto

 

 

 

domingo, 15 de outubro de 2006

Ela

 



Oh, Serena do olhar apaixonado,
Minha alma faz-te uma reverência!
Ao calor de sua aparência,
Fez-me ressurgir!
Encontrar-te nos vios de solidão e dor,
Iluminou minha face desesperançosa!
Em suas carícias graciosas,
Voltei a sorrir!

Bela surpresa de sabor explêndido,
Tudo o que faço agora é te querer!
Tentei não transparecer,
Mas o coração venceu!
Senti o doce sabor da vida,
Em teus lábios meu coração despertou!
Agora apaixonado estou,
Pelo beijo teu!

Amor que nasce para brilhar,
Cometo um pecado ao querer-te pra mim?
Se for, quero pecar assim,
Ser o seu amor!
Trarei a você o melhor,
Um amor do qual somente eu sou capaz!
E o mundo que ficou pra trás,
Não faz-me favor!

Você, que possui meu coração,
Estou te entregando a minha vida!
A forma mais querida,
É assim que a chamo!
Que seja essa a declaração,
A mais bela, para a mais Bela!
Essa minha forma singela,
De dizer que te amo!


 


 


                                                  Victor Augusto

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Amargura

 


Não quero molhar essa palta em branco,

Com lágrimas de pura amargura.

Não sou tão bom quanto os outros,

Que olham por cima de mim.

Não sei fazer tudo que faziam,

No tempo em que ser alguém era fácil.

 

Estou sufocado pelo ódio que sinto.

Da minha própria pessoa e de minha tolice.

Adoraria pegar tudo o que vejo,

Quebrar contra a parede.

Quebraria as lembranças, os orgulhos,

As dores que me fazem sofrer.

 

Não entendem o que sinto,

E o que falo sobre a vida.

Porque ninguém lê o que digo.

O que falo nem sempre é o que sinto.

Mas o que escrevo sempre digo.

Exatamente o que se passa em minha mente.

 

Os outros são perfeitos para todos.

Seus defeitos quase não eram notados.

Eram saudáveis, inteligentes e belos.

Eu, no entanto, sou totalmente errado.

Quase não possuo qualidades ante meus defeitos,

Sou doente, burro e horroroso.

 

Nunca fiz as coisas por mim,

Ou porque os outros queriam.

Fiz porque não sabia o que fazia;

Fiz porque não sou inteligente o bastante,

Para fazer o que os outros queriam,

Ou para fazer as coisas por mim.

 

Todos são bons e corretos,

Fazendo as coisas de forma madura.

Por não terem tido escolha,

Foram ensinados a serem assim.

Dessa forma, não quero que agora,

Tenha piedade de mim.

 

Não sei o que estou fazendo.

A verdade é que sou despresível.

E aqui está a prova de minha tolice:

Estar escrevendo essas palavras de dor,

Em vez de estar cometendo suicídio,

Sofrendo com essa amargura na alma.

 

Tudo ao meu redor evolúi.

E minha vida continua da mesma forma:

Nem voltada para algum futuro;

Nem da forma que foi no passado.

Existe apenas esse presente de sempre,

Que preferia que fosse de nunca.

 

 

                                                   Victor Augusto

sábado, 7 de outubro de 2006

A Deusa-Demônio

 


     Era jovem, aparentemente 23 anos. Alta, pele morena clara, cabelos castanhos e cacheados, rosto com lindos traços, olhos escuros e provocantes, lábios grossos e tentadores, e um grande e belo sorriso que a acompanhava por todos os lados. Uma mulher de aparência divina. Aparência essa que escondia uma personalidade aterrorizante.

     Essa jovem possuia um temperamento agressivo e vingativo. Com um gênio forte, essa mulher parecia ter como único objetivo fazer os homens que atravessavam seu caminho sofrerem. Sofrimento esse físico e psicológico, causando pânico e loucura em seus amantes.

     Em meio a sociedade, ela agia perfeitamente calma, dando a impressão de possuir um bom caráter. Sempre ia à grandes festas e eventos, para "selecionar" suas vítimas. Ela "atacava" geralmente homens de mais de vinte anos de idade, com bela aparência e corpo atlético, que mesmo com suas forças caíam em seu charme e logo se viam presos em suas garras.

     Depois de satisfeita sexualmente, ela os torturava simplesmente para se divertir, de várias formas possíveis. Devidamente dopados (ora pela bebida, ora por meio de seringas contendo alucinógenos), as vitimas eram amarradas. Usando materiais corrosivos ou em brasa, ela cegava as vítimas para que as mesmas não vissem o que viria a seguir. Ela usava os mesmos materiais para inflingir dano nos orgãos genitais da vítima, na boca (mais precisamente na língua) e nas costas. Depois de se cansar de assistir a vítima agonizar de dor, ela simplesmente matava-a cortando-lhe o pesçoso ou quebrando-o.

     Essa seção de tortura e assassinato aconteceu com mais de trinta homens. Contudo, depois de ter sucesso em todas as suas "brincadeiras", ela acabou sendo traída pela própria personalidade.

     Ao receber uma negativa de uma de suas possíveis vítimas (a primeira em sua vida), ela acabou perdendo a cabeça e fez sérias ameaças ao jovem. Percebendo o erro que havia cometido, dias depois ela voltou a procurar o jovem rapaz. Mas o mesmo já havia comunicado à polícia o fato acontecido no dia e as autoridades ficaram atentas a possibilidade de encontrarem o responsável pelos contínuos assassinatos que estavam acontecendo. Apesar disso, o jovem, de apenas 19 anos, não conseguiu se salvar. Ingênuo, acabou caindo na armadilha da mulher e após ser torturado em sua própria casa, foi esquertejado em sua cama.

     A escolha pelo esquartejamento da vítima atrasou a fuga da mulher, que foi surpreendida por policiais armados durante seu ato. Presa em flagrante, e no auge de sua insanidade, confessou todos os seus crimes. Foi mandada à uma prisão feminina de segurança máxima, porém não passou nem dois meses na cadeia. Morreu assassinada, em meio à uma rebelião que ela mesma havia provocado durante um ataque de esteria, provavelmente por perceber que não teria mais nenhum homem para satisfazer seus demoníacos prazeres.

     Foi velada e enterrada em um cemitério qualquer, sem importância ou valor, de forma indigna, vazia e triste. Sem nada, nem ninguém. Pagou com a própria vida por seus insânos crimes.

     Para muitos dos familiares das vítimas, não foi um preço justo que foi pago.

      A verdade é que assim terminou uma história de loucuras e mortes. Mortes na infância dura e insensível, quando enfrentou a completa falta de carinho e amor por parte de seus pais; mortes na adolescência, quando teve a mãe assassinada pelo próprio pai; mortes na juventude, quando decaptou seu namorado ao vê-lo agindo como seu pai agia, e na sequência, quando vingou a morte da mãe; e mortes na fase adulta, quando resolveu se vingar de todos os homens pelo que havia vivido.

     Assim, tem-se encerrada a passagem pela Terra de um demônio em corpo de anjo, que veio à vida simplesmente para sofrer e fazer sofrer, aterrorizando e chocando a sociedade, a mesma que a criou.

 

 

 

                                                                                     Victor Augusto

 

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Olhos

 


Meus olhos se fecham.

Não quero pensar,

Em meu próprio susto.

Minha face é forçada

A novamente enxergar.

 

Estou cego de amor.

Esse amor de vida.

E o que é pior:

Que me tortura de dor,

Deixa a mente abatida.

 

Esses olhos que se fecham,

São os mesmos que desfocam,

Fazendo uma lágrima rolar,

Vermelha... Vermelhos a chorar...

Incontável o tempo que chora...

 

São sempre os olhos,

Os culpados pelo sofrimento.

Talvez se escute a verdade,

Mas por sermos tão falhos,

Nos obrigamos a ver os momentos...

 

Os olhos não contenho,

Quando não quero ver.

O que ví me faz sofrer,

Mas é tudo que tenho.

Mesmo sofrendo não quero perder.

 

Os olhos não se enganam,

Quando eles vêem.

Tudo o que desejo ver,

São aqueles olhos que amam,

E os sentimentos que os têm.

 

 

                                         Victor Augusto

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Oração

 

 


Seguindo a brisa morna,

Vejo o dia sucumbir,

Diante da nova linha,

A trilha nova a seguir.

 

Paladares salgados;

Ondulantes dores.

Corrimão da escada longa;

Profusão de bons amores.

 

Se deixei na terra plana,

Um coração de esperança,

O véu negro que me espera,

Segurando a aliança.

 

Saudoso e tristonho dia,

Guardado em minha mente.

Me prepara fortalecido,

Para o que vem pela frente.

 

 

                                                Victor Augusto

sábado, 9 de setembro de 2006

Admiração

 




Me diga algo que,

Queira fazer e...

Eu te direi algo que já fez...

Me fale uma frase linda,

E a ela darei teu nome...

 

Somente você poderia,

Dizer se o que eu sinto,

É a continuação do que,

Você sentiu e...

Do que você sentirá...

 

Qualquer coincidência,

Das minhas palavras,

Com as suas...

Será o começo,

De alguma coisa...

 

Qualquer coisa que...

Você diga de coração,

Também estará escrito,

Em seus olhos...

 

 

                                                    Victor Augusto

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

De Luar a Luar

 



Olhar o luar,

Quando ele parece não acabar,

Nos faz vibrar,

De fúria e raiva gritar,

Mas ao desejar,

Que os nossos corpos venham a se encontrar,

Voltamos a notar,

Que isso não vai acabar...

 

O Sol está a nascer,

Já não consigo mais esquecer,

Rejuvenescer,

Aprender a viver e a crescer,

A desaparecer,

Para tentar entender,

O porquê de não se fazer,

Aquilo que lhe dá prazer.

 

Começar a rir,

Tentando mais uma vez iludir,

É muito difícil engolir,

O vazio e doloroso partir,

E com todo o calor,

Causado por essa horrível dor,

Quase passa o amor,

Nesse incrível vontade incolor.

 

Dois a se amar,

Ou um a se amargurar,

Já não dá pra segurar,

A vontade de te abraçar,

O ímpeto de te agarrar,

E nos braços a se acalmar,

Te fazer gritar,

Para contigo  o prazer deliciar.

 

Ficar, estremecer,

Nos momentos a gemer,

Sentindo o espremer,

Corpos todos a fazer,

Nesse misto de dor e prazer,

Fazer cada vez mais o querer,

E pedir para não ceder,

Vontade de satisfazer.

 

Qual o mal em sentir,

E ver o despir,

Ouvir o pedir,

Irá entrar e sair,

No fim do pavor,

Tudo o que sobra é o amor,

Sumindo com o temor,

O luar começa a se recompor.

 

 

                                            Victor Augusto

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Verdadeiro Companheiro

 



Flores.

Os tempos passam.

Uma tarde.

O tempo passa.

Um grande e belo jardim.

O tempo passa.

Expectativas, nervosísmo...

O tempo passa.

Cai a tarde, a noite...

O tempo passa.

Um lento andar de volta...

O tempo passa.

Em casa.

O tempo passa.

Deitado na cama. Decepção...

O tempo passa.

O travesseiro...

O tempo passa.

Lágrimas.

Os tempos param.

 

 

                                               Victor Augusto

sábado, 2 de setembro de 2006

Veia Apaixonada

 



Não se ausente do perigo,

Viva sempre a emoção.

Leve sempre contigo,

Dentro do seu coração,

Esse misto de amizade,

Dor, carinho e paixão.

 

Esteja sempre comigo,

Até o adormecer.

Serei sempre o amigo,

Que não vai te esquecer.

Abrirei a ti a mente,

E tentarei te entender.

 

Linda bela, primavera!

Veremos a luz apagada.

Seguindo sua perfeita vida,

E a minha sendo amaldiçoada...

Nessa história será sempre,

Minha veia apaixonada.

 

 

                                                 Victor Augusto

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Sol Vertente

 



Ilusão!

Ter você em minha mente.

Para mim, o qual jamais olhou,

Sequer pensou que dos olhos,

Saltavam-me palavras de amor.

 

Oh, meu sol!

O coração meu falha,

Sempre ao ver-te caminhar.

Mal posso entender eu,

Como é bom te querer!

 

Ah, meu suspiro vital!

Tal como posso eu,

Possuir autroísmo bastante

Para contar-te sobre minha paixão,

Se minha morte chegará,

No momento em que dissertes "não".

 

 

                                                  Victor Augusto

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Momento Crucial

 



Farsas de uma tarde de verão,

Se tornarão uma grande ilusão.

Segue linda a vida em belo turbilhão,

Aparentemente uma jovem diversão.

Mas não provoque em ninguém mera compaixão,

Mostrando-se abatido por não ter uma paixão.

 

Sabendo por certeza que a vida vai seguir,

Tudo que resta realmente é sorrir.

Bem alegre, levando a vida a curtir...

Não queria nessa era novamente existir,

Já que nunca irei um coração real ferir,

Por quanto tempo ainda eu irei resistir?

 

A bata por brilhoso a enfeitar.

Alguém está tentando me enfeitiçar,

Um pedido somente gostaria de expressar,

Sem grande tristeza a demonstrar,

A mim mesmo, pois sinto esse pesar.

Apenas quero um dia alguém para amar!

 

Demonstrando o seu lindo explendor,

O coração expressa o seu fulgor.

E quanto a mente... esqueça a dor!

Aqui dentro desse corpo amador,

Um grito de vitória a alma quer expôr:

AMOR, AMOR! MUITO AMOR!

 

Superfície com vida devbravante,

Siga o seu destino adiante!

Sempre será o eterno amante.

Ouçam o grito aspirante!

Do garoto em si principiante,

Um brando de coragem: Jovem, avante!

 

Uma bela vida assim indo embora...

A presença da liberdade aflora.

Com o doce gosto de outrora...

Sendo assim, adeus, está na hora...

Meu corpo em um profundo poço se escora.

Com licença minha vida, vou falecer agora.

 

 

                                            Victor Augusto

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Noite


Nesse frio a noite cai.

Com um louco poder

De um amor afastado

Que o som se faz perder,

E nos faz compreender

Toda a situação.

 

Nesse frio a noite cai.

Sem notícia, sem mentira.

Com a verdade da paixão

Ou a pureza do orvalho:

Sincero, simples e humilde.

É desta forma que se vive.

 

Mas dos males o menor,

Pois o Sol ainda queima,

O céu é só um desejo,

Um beijo que a terra esconde

Como um gelo sobre a mão.

Nesse frio a noite cai.

 

 

                                           Victor Augusto

Olhos



Meus olhos se fecham.
Não quero pensar.
Em meu próprio susto,
Minha face é forçada
A novamente enxergar.

Estou cego de amor.
Esse amor de vida.
E que o pior,
Que me tortura de dor,
Deixa a mente abatida.

Esses olhos que se fecham,
São os mesmos que desfocam,
Fazendo uma lágrima rolar,
Vermelha e vermelhos a chorar...
Incontável o tempo que se passa...

São sempre os olhos,
Os culpados pelo sofrimento.
Talvéz se escute a verdade,
Mas por ser tão falho,
É obrigado a ver os momentos...

Os olhos não contenho,
Quando não quero vê-la.
O que ví me fez sofrer,
E é tudo o que tenho.
Mesmo sofrendo não quero perdê-la.

Os olhos não enganam.
Quando eles a vêem.
Tudo que desejo ver,
São aqueles olhos que amam,
E os sentimentos que os têm.


                                                        Victor Augusto

quarta-feira, 15 de março de 2006

Paixão de um garoto

 



     Os olhos vêem alguma coisa, mas enxergam outra. A respiração fica suave, ofegante. Surge um leve sorriso no rosto. O corpo relaxa e descansa em um só pensamento.

     Na mente apenas uma imagem, uma frase, uma palavra e uma vontade: a imagem é Ela; a mente procura como dizer a Ela que a ama; o nome dEla é a única palavra que importa; e tudo que mais se deseja é beijá-la.

     Isso é a paixão. Estar apaixonado por alguém é assim, e é impossível negar quando acontece. É como estar cercado com uma rede por todos os lados, até que algo acontece: ou ela te abraça e te acolhe, ou ela te aperta e sufoca ao ponto de quase matá-lo.

     Apesar disso, estar apaixonado é ótimo, maravilhoso e indiscutível. E existem muitas formas de paixão. Por exemplo: aquela que a pessoa sabe que tem mas não admite. Essa geralmente surge por aquela amiga que a pessoa considera bastante mas que na verdade ela gostaria mesmo é que fosse namorada; tem também aquela que a pessoa sabe que tem e admite. Essa talvez seja a mais perigosa, pois daí surge o dilema: "será que revelo a ela o que sinto e corro o risco de tomar um 'fora' ou não conto e me torno amigo?"; e finalmente aquela que a pessoa não sabe que tem. Essa é a mais fácil de identificar. Ela explica aquela admiração que a pessoa tem pelas qualidades de uma certa garota e que a pessoa não sabe explicar o porquê.

     Existem muitos outros tipos de paixões, mas em geral todas podem ser reumidas em uma dessas. Mas isso não importa. Seja qual for o seu tipo de paixão, alegre-se, sorria sozinho, seja feliz, pois isso é estar apaixonado, e a paixão é com certeza a melhor coisa existente no universo, e que se torna ainda melhor quando a pessoa confessa a si mesmo em seu íntimo: "ahhhh... Eu estou apaixonado..."!

 

 

                                                Victor Augusto

Realidade


 

Ver a situação é péssimo...

Possuir a fonte do conhecimento,

Lembrar que nunca foi lembrado...

Sonhar com alguém que sonha,

Em possuir a lembrança de um sonho.

 

Olhem para a face pálida,

Os olhos que saem do chão,

As mãos que tocam o ar,

A boca, seca, fechada,

A mente, triste e vazia.

 

Ao seu lado está um sonho,

Atrás está a felicidade,

A frente existe um quadro em branco,

E por dentro há uma guerra,

Que jamais terminará.

 

Saber que as mãos estão limpas,

Que o coração está chorando.

Pensar que jamais irá possuir,

Aquilo que em qualquer dia desejar,

Um toque, um gesto, um olhar...

 

As mãos nunca tocarão o ouro,

A mente nunca preencherá o vazio,

O coração nunca poderá lembrar,

Os olhos nunca pararão de chorar,

Mas este ser nunca deixará de amar.

 

 

                                              Victor Augusto

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Retratos de uma cidade grande



 

     Como todo cidadão jovem de uma capital, acordo bem cedo e saio de casa para enfrentar as movimentadas vias de uma cidade grande, onde preciso esperar quase uma hora por um ônibus que mais parece uma lata de sardinha.

     Quem vive na região rural e nunca visitou uma cidade grande pode se assustar ao passar por um rio que fede mais que esterco ou ver um deficiênte pedindo dinheiro para comprar remédios porque o governo aumentou o preço dos medicamentos.

     Depois de dar voltas e voltas pela cidade, finalmente chego à escola que por um milagre não está lotado. Após longas e estressantes aulas, onde os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem, preciso fazer o cansativo trajeto de volta para casa, desviando de ruas onde vários alunos da mesma escola que estudo estão fumando e mulheres estão gritando.

     Já são e salvo em meu refúgio (que foi assaltado semana passada), passo a me auto-estragar com poluição mental: roubos, mortes, violência, estupros e tudo o que pode existir de ruim que é apresentado na televisão. E antes de dormir, termino de me estragar lendo as notícias urbanas em um "bom jornal", que também me ajuda a perder a esperança em meu país, ao mostrar a economia, a cultura e até a seleção de futebol caindo. E o que sobe são os impostos, a taxa de desemprego, a moeda estrangeira e a inflação.

     Por isso não posso fechar os olhos, encostar minha cabeça no travesseiro e dormir sossegado sem antes dobrar meus joelhos e pedir a Deus proteção, paz e dias melhores, mesmo sabendo que isso é fácil pra Ele mas praticamente impossível para nós, seres humanos... E racionais!

 

 

 

                                            Victor Augusto

 

terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Os Quatro Sentimentos


 

Amizade, carinho, amor e afeição.


São sentimentos que carregam consigo

Uma forte atração.

Amizade nos aproxima;

Carinho nos conforta;

Amor nos preenche;

Afeição nos conquista.

Se somos amigos,

Estamos juntos sempre;

Se somos carinhosos entre nós,

Louvamos o momento de união;

Se nos amamos,

Fazemos de nós o nosso mundo.

E afeição...

A afeição nos faz flutuar...

Nos faz sermos amigos;

Nos faz sermos carinhosos;

E principalmente:

Nos faz amar!

 

 

                                        Victor Augusto

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Admiração

Me diga algo que,
Queira fazer e...
Eu te direi algo que já fez...
Me fale uma frase linda,
E a ela darei teu nome...

Somente você poderia,
Dizer se o que eu sinto,
É a continuação do que,
Você sentiu e...
Do que você sentirá...

Qualquer coincidência,
Das minhas palavras,
Com as suas...
Será o começo,
De alguma coisa...

 Qualquer coisa que...
Você diga de coração,
Também estará escrito,
Em seus olhos...

Sentimento


 

Sentimento frio.

Ancioso talvez.

Com os gritos do suspiro,

Aparece outra vez.

 

Embora a nuvem paire,

Sobre as mentes insanas,

Continue sentimento,

Com suas idéias profanas.

 

Amor arrependido,

Força de expressar.

Que não foi correspondido,

Continua a sonhar.

 

Sua vida continuará,

Com ardor e compaixão.

O sentimento jamais passará,

Mesmo com o fechar do caixão.

 

 

                                                     VIctor Augusto

sábado, 21 de janeiro de 2006

A noite inesquecível

 



     Era um baile em uma cidade distante. Nem me lembro mais o que comemorávamos, mas o que lembro é que havíamos alugado todo o andar de um hotel, o salão de festas, a cozinha e os quartos. À propósito, muitos quartos. Todos com a chave propositalmente pelo lado de dentro do quarto.

     Eu estava sentado perto da grande mesa, no canto do salão, quando a banda começou a tocar uma romântica canção. Foi quando, do outro lado do salão, eu a vi, triste e cabisbaixa mas ao mesmo tempo ansiosa. Era a primeira vez que a via... E já a conhecia a muito tempo.

     Rapidamente me desloquei à cadeira onde ela estava sentada. Olhei no fundo de seus olhos, aqueles lindos olhos castanhos olhando para mim. Estendi a mão com um leve e carinhoso sorriso no rosto. Ela sorriu também, pegou minha mão e fomos para o meio do salão, onde outros casais já dançavam ao som da canção.

     Passei meu braço por trás dela e a colei em meu corpo. Seus braços envolveram meu pescoço e seu rosto repousou em meu ombro. Enquanto dançávamos, senti seu coração bater forte junto ao meu. Ela descolou seu rosto do meu ombro e olhou profundamente em meus olhos, enquanto afastava de leve uma mecha de cabelo que lhe caia no rosto.

     Perguntei como ela se chamava. Ela disse "Viviane", e sua voz de certa forma me pareceu constrangida. Perguntei em seguida, para cortar seu constrangimento, se poderia lhe chamar de "Vivian", e, em meio a risadinhas aparentemente mais constrangida, ela concordou. Eu disse que me chamava Victor. Ela disse que adorava esse nome,  e pediu para me chamar de "Ví", dizendo que poderia ter dois de mim no nome dela.

     Quando a música estava próxima de acabar, ela afastou seu rosto do meu e me olhou novamente com aquele olhar profundo, e tive a impressão de que ela estava analisando minha alma. Paramos de dançar. Nos olhávamos tão fixamente que era como se nada mais existesse ao nosso redor. Me sentia tão ligado a ela que poderia jurar que nossas almas estavam fazendo amor alí mesmo no meio do salão.

     -- Por que nossos nomes não se tornam um só?   -- ela disse , exibindo um lindo sorriso no rosto, assim que a música acabou.

     E então, em meio à palmas que ecoaram ao fim da canção, ela me beijou. Me beijou da forma mais surpreendente possível, mas ao mesmo tempo eu já esperava aquilo, ansiosamente. Me beijou de uma forma louca, porém foi da melhor forma que alguém poderia me beijar. Ficamos alí nos beijando por alguns minutos. Eu passava para ela todo amor que poderia sentir por alguém e podia sentir toda paixão que queimava em sua boca.

     Quando paramos de nos beijar, percebi que todos os olhos estavam voltados para nós. Uma salva de palmas correu pelo salão. A banda ofereceu a próxima canção a nós.

     Enquanto a banda tocava a canção em nossa homenagem, ela apontou com o dedo para o corredor que levava aos quartos. Lógicamente entendi a mensagem, e nos dirigimos ao corredor.

     Todos os quartos que estavam ocupados estavam com placas de "não perturbe" na porta, então não foi muito difícil sabe qual quarto estava vazio. Chegamos à porta de um quarto desocupado e quando coloquei a mão na maçaneta ela a segurou com força, não me deixando abri-la. Em seguida me deu um profundo e carinhoso beijo.

     Assim que ela terminou de me beijar, ia dizer algo a ela mas ela colocou seu dedo na minha boca para evitar. De repente ela abaixou a cabeça e parecia querer dizer algo mas ela falava tão baixo que era impossível entendê-la.

     -- Eu... Eu... Bom, é que... Bom, eu...

     -- Pode falar, não precisa se preocupar. Seja lá o que for, acho que sou maduro o suficiente pra entender. -- eu lhe disse, tentando encorajá-la a falar o que queria logo de uma vez.

     -- É que... Quero que você saiba -- ela se aproximou da minha orelha esquerda -- que eu sou virgem!

     Admito que me surpreendi com a declaração dela. Senti que ela se apertava com força contra meu corpo como se quisesse evitar que eu fugisse, coisa que nem passava pela minha cabeça. A afastei de meu corpo e olhei mais uma vez naqueles olhos castanhos lindos. Dei um leve sorriso e depois um breve beijinho. A abracei com força e falei em seu ouvido:

     -- Não se preocupe. Não irei te decepcionar. Confie em mim.

     Abri a porta do quarto e esperei que ela entrasse primeiro. Queria que ela averiguasse se era seguro entrar. Em meu rosto exibi o mesmo leve sorriso de confiança e esperei por sua decisão.

     -- Só entrarei se for com você! -- ela disse de repente com expressão de decisão difícil no rosto.

     A abracei novamente e a levei para dentro do quarto.

     Aliás, o quarto parecia feito especialmente para nós. Havia uma iluminação vermelha, quase rosa, mas que não clareava exageradamente o local, dando um clima de reservado. A cama era enorme e coberta com um tecido branco que sofria um incrível efeito graças à luz rubra. Estava tudo perfeito.

     Com um movimento rápido a joguei na cama, deitei ao seu lado e a beijei calmamente a boca. Não fiz nenhum movimento brusco até perceber que poderia. E a mão dela percorrendo meu corpo foi o sinal. Conduzi minha mão pelo seu corpo lentamente, e de leve fui lhe tirando a jaqueta que usava. Abaixei a manga de seu vestido e pude ver seu sutiã. Ia beijando sua boca e descendo pelo pescoço enquanto tirava seu vestido. Fui o mais lento possível e sempre que me parecia estar indo rápido eu parava para que ela me desse permissão para continuar.

     Comecei a sentir, por seus sons e seu fulgor, que ela já estava achando aquilo um pouco lento demais. Portanto, continuei baixando seu vestido, agora um pouco mais rápido. Quando cheguei abaixo de seus seios ela começou a tirar minha camisa. Ao terminar, ela começou a arranhar de leve meu peito e a me pressionar com força contra seu corpo. Isso me deixou realmente excitado e me pareceu que ela já havia tomado sua decisão. Mas eu precisava de uma certeza.

     -- Você tem certeza de que é isso que você quer? -- perguntei, já ofegante.

     -- Você realmente se importa com isso? -- ela me perguntou, com um ar ansioso e curioso, quase assustado.

     -- É óbvio que me importo porque... Porque... -- peguei em sua mão e olhei em seus olhos.

     -- Viviane... Eu... Eu te amo!

     Não sei porque disse aquilo. Não seria lógico amá-la. Eu a tinha conhecido a poucas horas, não poderia amá-la. Era óbvio que ela ia achar que isso era papo-furado, minha consciência pensava. Mas de certa forma eu sabia que era isso que eu estava sentindo naquele minuto. Eu a conhecia, sabia que ela iria acreditar, só não sabia explicar.

     E a frase mecheu mesmo com ela. Mas de forma positiva. Ela começou a me abraçar e me apertar ainda mais contra seu corpo como se estivesse me revendo após muito tempo longe. E então começou a me agarrar, me acariciar e me beijar... Ela sabia que a frase era verdadeira.

     Coloquei a mão na alça de seu sutiã e a afastei suavemente. O retirei totalmente e vi seus seios durinhos, macios e aconchegantes. Pude perceber que não se tratava de uma simples garota mas sim de uma mulher, uma perfeita mulher. Uma mulher perfeita!

     Continuei descendo com minhas mãos e com meus beijos, retirando-lhe ainda mais seu vestido e sentindo seu desejo. Ela começou a se contorcer e a respirar cada vez mais profundamente. Seus olhos fechados e apertados mostravam o quão bons estavam meus carinhos. Finalmente lhe retirei todo o vestido e pude vê-la completamente nua.

     Olhei em seu rosto após me aproximar novamente de seu corpo e percebi que, apesar de sua timidez adolescente, ela estava feliz. Beijei novamente sua deliciosa boca, como nunca havia beijado ninguém, com paixão e ternura, e disse de forma sincera.

     -- Não se preocupe. Não irei te decepcionar. Serei carinhoso e paciente. Vai ser perfeito.

     Tirei toda minha roupa e enquanto beijava sua barriga toquei levemente sua partes íntimas, nunca antes tocada e pura. Beijava seu corpo e sua boca e acariciava sua parte íntima, sempre me preocupando com as sensações que ela sentia. Me preocupei em manter certa distância entre meu corpo propriamente dito e o dela para não parecer afobado ou impaciente e esperei encontrar uma área em sua pequenina parte íntima que a fizesse sentir um prazer em especial.

     Até que toquei em determinada parte e ouvi de sua boca um grande suspiro e um forte gemido. Sabia que alí existia meu pote de ouro. Comecei a estimular aquela pequena parte cada vez mais e só então me aproximei inteiramente dela. Quando nossos corpos se colaram, ela envolveu em seus braços e me jogou em cima dela. Aproximei então minha parte íntima da dela cada vez mais, e mais, e mais...

     Então ela deu um forte suspiro e um forte gemido. E outro. E outro. Finalmente éramos um só.

     Deitei sobre o corpo dela e ela colou seu corpo no meu de tal forma que seria difícil para alguém dizer quem era quem alí. A beijei e minha curiosidade quis perguntar a ela o que ela estava sentindo, mas suas expressões faciais e seus gemidos já eram resposta suficiente.

     Fui me movimentando de leve, aumentando a velocidade gradualmente. Por um momento me pareceu que ela não estava sentindo mais nada, devido ao certo silêncio que ela fez. De repente:

     -- ... Vai... -- ouvi o tímido som sair de sua boca.

     Eu sabia o que fazer e onde tocar então cada vez mais eu aumentava a velocidade de meus movimentos e ela cada vez mais alto gritava:

     -- ...Vai... Vai!... VAI!...

     Percebi que aquele não era o momento para ir até o final, então toquei levemente o seu rosto e com um leve porém rápido movimento a coloquei de costas para mim. Naquele momento senti que todos os medos que ela poderia estar sentindo haviam passado. Ela era como um colchão e eu era seu cobertor.

     Eu a abracei. Ela me abraçou. Éramos duas peças que se encaixavam perfeitamente e que nunca deveriam ser separadas.

     Era verdade. Um verdadeiro e primeiro amor estava sendo consumado. Mas não terminado. Precisava ser perfeito. E para isso não deveria terminar alí daquela forma. Deveríamos nos unir totalmente, mais do que já estávamos.

     Então coloquei seu lindo corpo sobre o meu, sentados, e a abracei forte. Cruzamos ambos as pernas por trás do outro e ficamos muito abraçados. E não poderiamos ter feito melhor. Estávamos tão juntos que eu podia sentir seu coração bater dentro do meu.

     Com um grande e forte gemido de ambas as partes, o amor foi consumado. Tudo de humano que havia em nós se tornava divino. Nosso amor, nossas vozes, nossos corpos... Nossas almas eram uma só. Nossos espíritos brilhavam como estrelas e aquele brilho durará eternamente.

     Finalmente chegávamos ao ápice de nosso amor e prazer. Estávamos cansados, mas aquele era o melhor cansaço que alguém poderia sentir. Nos deitamos na cama e mesmo tendo terminado nosso ato de amor, continuamos juntos como antes.

     Nos beijávamos. Nos amávamos. Era um puro e sincero amor, que fluia e preenchia aquele quarto e podia ser sentido em todo o ar.

     Realmente foi tudo perfeito, e se tornou mais que perfeito quando ela olhou em meus olhos, se aconchegou ainda mais em meu peito e disse com uma voz baixa e cansada, porém humilde e satisfeita, aquela frase que inspira os melhores sentimentos humanos... E divinos:

     -- Eu te amo... Victor...

     Eu era o ser humano mais realizado de todo o universo. Tinha sido abençoado por Deus por tê-la conhecido.

     E então adormecemos. Éramos um só... Fomos um só... Somos e seremos um só, sempre. Talvez tivéssemos sido um só por poucas horas. Talvez aquele curto instante para muitos não passaria de mais uma noite qualquer. E talvez fosse mesmo.

     Mas para nós não. Para nós foi muito mais que algumas horas, foi muito mais que uma noite. Foi o dia de nosso nascimento. Foram todos os dias de nossas vidas. Foi o último dia de nossa velha existência. Foi a noite inesquecível.

     O que para muitos poderia ser considerado um breve momento, para nós levou a eternidade. Foi como um milhão de anos em um só segundo. Se realmente existe um sexto sentido, nós haviamos alcançado-o.

     Mas por que nos encontramos somente naquela noite? Por que não havíamos nos encontrado antes? Como e por que tudo isso aconteceu? E como foi que padecemos? Bom, essa é uma outra história que somente o tempo e principalmente o amor serão capazes de contar.

 

 

                                           Victor Augusto

 

    

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Semelhanças


 


O amor é como as nuvens,

Que nunca se repetem, apenas se modificam;

O amor é como o veneno,

Que corrói por dentro e mata lentamente;

O amor é como o coração,

Que sempre está junto e é essencial para nossa sobrevivência;

O amor é como o vento,

Que viaja grandes distâncias mas sempre volta ao nosso encontro;

O amor é como a noite,

Que geralmente entristesse os leigos mas aos sábios traz inspiração;

O amor é como o último suspiro,

Que é delicioso e esperançoso, mas ao mesmo tempo nos encaminha ao fim.

 

 

                                             Victor Augusto

 

 

 

 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Ciclo

 



     Relacionamento, traição e morte. Tormento e maldição que acompanha cada ser humano que vive nesse mundo. Pode ser no início, quando o trauma é reversível. Pode ser no meio da existência, quando a pressão da vida confunde a mente até o desfecho. Ou pode representar o triste fim de um ser que na Terra viveu o seu inferno.

     Alguns fogem desse destino, procurando refúgio em seu prórpio interior. Outros, como eu, procuram incessantemente por esse futuro, achando que assim irá curar toda a dor de sua alma.

     Procurei por muito tempo esse destino. Como eu gostaria de começar esse ciclo de sentimentos que se desfecha na morte. Como eu queria me ver envolvido em um jogo de amor e tração. Mas nunca pude nem ao menos sonhar com esse início do fim.

     Eu nunca o encontrei. Vivi uma vida fria como o vento gélido da morte, que sopra triste e fraco pela noite. Tenho estado isolado e pensativo desde que notei o quanto é vazio o meu interior.

     Apesar disso, jamais desistirei. Sempre procurarei insistentemente pelo início real de minha vida, quando serei realmente feliz até que o destino se complete, finalizando a minha curta vida na inevitável e esperada morte.

 

 

                                            Victor Augusto

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Indecisão

 


O vento empurra as folhas,

Dando-lhes direção.

Mas não tem força suficiente,

Para mudar minha indecisão.

 

Continuo sem sentido.

Minha sabedoria não é o bastante.

Existe uma barreira em meu pensamento,

Que não me permite ir adiante.

 

Como posso vencer o desafio,

Se o inimigo está dentro de mim?

Mas alguma forma tem que ter,

Não posso continuar vivendo assim.

 

O meu desejo é fugir,

De tudo que hoje me aflinge.

Porém, estando dentro de mim,

De uma forma ou de outra sempre me atinge.

 

A única chance é a rendição.

À minha alma pedirei perdão.

Com profunda dor no coração,

Continuarei nessa eterna indecisão.

 

 

                                                  Victor Augusto

Viagem

 


Arranco meus pés da lama,

As raízer vão caindo ao chão,

O desespero me preenche por completo,

E o medo faz parar meu coração.

 

Ergo meus olhos às nuvens.

O pensamento flutua pelo céu.

Lanço o pote contra o chão,

Deixando derramar o doce mel.

 

Agora ao sabor das dores,

Me parece perdido como a esfera,

Desse mirabolante universo,

Que à sombra da morte espera.

 

O monstro de terror e medo,

Faz de tudo para me deter.

Mas com a espada da coragem,

Facilmente irei vencer.

 

Meu foco agora é o presente.

Nada mais contém minha vitória.

A minha esperança é o futuro,

Alcançarei certamente minha glória.

 

Fixarei finalmente minha raíz.

Meus pés estarão sobre o solo.

A minha meta enfim tem chegada,

Repouso calmo, em divino colo.

 

 

                                                 Victor Augusto

 

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

A lágrima

 


A lágrima teima em rolar,

Quando pela primeira vez,

Pude ouvir a bênção

De você dizer o meu nome...

 

Uma lágrima quiz molhar,

O rosto que você toca,

E esse toque me fez chorar

Por todo o corpo...

 

Aquela lágrima doce e feliz,

Que queria surgir em meus olhos,

Quando para minha alegria

Você segurou a minha mão...

 

Uma lágrima de açucar,

De total realização,

Tornou a rolar quando você

Me abençoou com seu beijo de mel...

 

Minhas lágrimas inundaram,

A minha face triste,

Quando infelizmente percebi

Que acabava de acordar.

 

 

                                               Victor Augusto

Perdido em uma folha de papel

 


Minha pouca sabedoria

Me leva a pensar,

Que ao cair da noite

A vida há de acabar.

Já estou só novamente,

E estarei eternamente,

Até a inspiração terminar.

 

Pois você sim é o culpado,

De todo o meu sofrimento.

Olho para sua leve face,

Branca e sem movimento,

E começo a escrever,

E o papel a entender,

Que tudo isso não tem cabimento!

 

Sofrimento tolo e frio.

Destroindo a vida.

Entregue a uma folha de papel,

Toda minha tristeza perdida.

Digo então apenas isso,

Posso sofrer, mas jamais desisto,

Até o dia de minha partida.

 

 

                                                Victor Augusto

Tesouro


 


     Onde se esconde, oh bela? Nas mais profeundas cavernas como tesouro? Não! É o mais belo tesouro. Será necessário para mim um bom mapa? Não, espere... está diante de mim!

     Encontrei! Finalmente encontrei o meu tesouro! E olhem como ela é linda! Espere... Eu a conheço! Vulgarmente chamada de pérola ou conhecida como jóia. Está errado! O nome correto e que lhe faz justiça: a mais bela preciosidade de todos os tempos!

     Olhem sua superfície. Brilhante, bela e destacante. E suas belas e perfeitas formas, esculpidas pela nobre natureza que a tudo encanta. É perfeita, e talvez possa ser mais. Ou melhor: ela pode ser o que desejar!

     Agora um porém: será que ela é realmente minha? Talvez eu esteja sendo egoísta com a vida. Uma beleza destas não pode ter dono. Bom... Tudo bem! Mas ela ficará comigo, para que sejamos um só. Cuidarei dela e ela cuidará de mim. E será a feliz sina de meu tesouro até o fim.

 

 

                                                 Victor Augusto 

 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

Como ela é linda

Como ela é linda!
Ela é linda, linda, linda...
Linda como a visão do acordar,
Ao sentir em seu peito o ar,
Que jamais irá respirar. 

Como ela é bela!
Ela é bela, bela, bela..
Bela como o raio de luz,
Que ao fim da vida conduz,
Cujo destino ei de esperar. 

Como ela é linda!
Ela é linda, linda, linda...
Linda como um dia claro,
Em um jardim bem raro,
Escondido em um olhar. 

Como ela é bela!
Ela é bela, bela, bela...
Bela como a voz da dor,
Que por fora demonstra o amor,
Porém por dentro faz chorar. 

Como ela é linda!
Ela é realmente linda!
Linda como o sonho feliz,
Bem da forma que se quiz,
Que não passa de um sonho. 

Como ela é bela!
Ela é incrivelmente bela!
Bela como o Sol a falecer no horizonte,
À minha inspiração serve de fonte,
Nos maravilhando de luz sem fim.

Como ela é linda!
Ela é maravilhosamente linda!
Linda como a noite serena,
Caindo ao ombro como leve pena,
Com a beleza do céu e da mente.

 Como ela é bela!
Ela é particularmente bela!
Bela como a escuridão que descansa,
Dando a completa esperança,
De que amanhã a verá novamente. 

Como ela é linda!
Ela é, e sempre será linda!
Linda como a vida,
Abençoando, evitando a partida,
Mostrando assim mais razão para viver.