terça-feira, 24 de outubro de 2006

Novamente só

 


Novamente sozinho...

Mais uma noite,

Outra dor no peito...

Estou sozinho de novo.

Por que?

Por que não posso ter aquilo,

Que mais quero?

Estou só...

 

Olho a minha volta,

E não vejo ninguém.

Não me vejo.

Não vejo alguém ao meu lado,

Como já pensei ter visto antes.

Mas agora,

Estou só...

Sozinho novamente...

 

As horas se passam...

Até quando isso irá durar?

Até quando irei buscar e não achar,

Companhia, afeto, carinho...

Ficarei só...

Sozinho novamente,

Contando o tempo passar,

Vendo a vida acabar...

 

Minha lamentação...

A dor dessa solidão,

Os sons da noite vazia,

São as minhas companheiras.

Contudo,

A boca se cala,

A dor aumenta,

Os sons se abafam...

Continuo sozinho....

 

Sombras marcam o caminho.

Sombras sem vida,

Sem compaixão e piedade.

Me deixaram só...

Abandonaram-me...

Esse é o meu pesar.

Assim eternamente ficar.

Ver o mundo girar...

Apenas a esperar...

Pra me confirmar,

Que estou sozinho novamente...

 

 

                                                    Victor Augusto

 

 

 

domingo, 15 de outubro de 2006

Ela

 



Oh, Serena do olhar apaixonado,
Minha alma faz-te uma reverência!
Ao calor de sua aparência,
Fez-me ressurgir!
Encontrar-te nos vios de solidão e dor,
Iluminou minha face desesperançosa!
Em suas carícias graciosas,
Voltei a sorrir!

Bela surpresa de sabor explêndido,
Tudo o que faço agora é te querer!
Tentei não transparecer,
Mas o coração venceu!
Senti o doce sabor da vida,
Em teus lábios meu coração despertou!
Agora apaixonado estou,
Pelo beijo teu!

Amor que nasce para brilhar,
Cometo um pecado ao querer-te pra mim?
Se for, quero pecar assim,
Ser o seu amor!
Trarei a você o melhor,
Um amor do qual somente eu sou capaz!
E o mundo que ficou pra trás,
Não faz-me favor!

Você, que possui meu coração,
Estou te entregando a minha vida!
A forma mais querida,
É assim que a chamo!
Que seja essa a declaração,
A mais bela, para a mais Bela!
Essa minha forma singela,
De dizer que te amo!


 


 


                                                  Victor Augusto

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Amargura

 


Não quero molhar essa palta em branco,

Com lágrimas de pura amargura.

Não sou tão bom quanto os outros,

Que olham por cima de mim.

Não sei fazer tudo que faziam,

No tempo em que ser alguém era fácil.

 

Estou sufocado pelo ódio que sinto.

Da minha própria pessoa e de minha tolice.

Adoraria pegar tudo o que vejo,

Quebrar contra a parede.

Quebraria as lembranças, os orgulhos,

As dores que me fazem sofrer.

 

Não entendem o que sinto,

E o que falo sobre a vida.

Porque ninguém lê o que digo.

O que falo nem sempre é o que sinto.

Mas o que escrevo sempre digo.

Exatamente o que se passa em minha mente.

 

Os outros são perfeitos para todos.

Seus defeitos quase não eram notados.

Eram saudáveis, inteligentes e belos.

Eu, no entanto, sou totalmente errado.

Quase não possuo qualidades ante meus defeitos,

Sou doente, burro e horroroso.

 

Nunca fiz as coisas por mim,

Ou porque os outros queriam.

Fiz porque não sabia o que fazia;

Fiz porque não sou inteligente o bastante,

Para fazer o que os outros queriam,

Ou para fazer as coisas por mim.

 

Todos são bons e corretos,

Fazendo as coisas de forma madura.

Por não terem tido escolha,

Foram ensinados a serem assim.

Dessa forma, não quero que agora,

Tenha piedade de mim.

 

Não sei o que estou fazendo.

A verdade é que sou despresível.

E aqui está a prova de minha tolice:

Estar escrevendo essas palavras de dor,

Em vez de estar cometendo suicídio,

Sofrendo com essa amargura na alma.

 

Tudo ao meu redor evolúi.

E minha vida continua da mesma forma:

Nem voltada para algum futuro;

Nem da forma que foi no passado.

Existe apenas esse presente de sempre,

Que preferia que fosse de nunca.

 

 

                                                   Victor Augusto

sábado, 7 de outubro de 2006

A Deusa-Demônio

 


     Era jovem, aparentemente 23 anos. Alta, pele morena clara, cabelos castanhos e cacheados, rosto com lindos traços, olhos escuros e provocantes, lábios grossos e tentadores, e um grande e belo sorriso que a acompanhava por todos os lados. Uma mulher de aparência divina. Aparência essa que escondia uma personalidade aterrorizante.

     Essa jovem possuia um temperamento agressivo e vingativo. Com um gênio forte, essa mulher parecia ter como único objetivo fazer os homens que atravessavam seu caminho sofrerem. Sofrimento esse físico e psicológico, causando pânico e loucura em seus amantes.

     Em meio a sociedade, ela agia perfeitamente calma, dando a impressão de possuir um bom caráter. Sempre ia à grandes festas e eventos, para "selecionar" suas vítimas. Ela "atacava" geralmente homens de mais de vinte anos de idade, com bela aparência e corpo atlético, que mesmo com suas forças caíam em seu charme e logo se viam presos em suas garras.

     Depois de satisfeita sexualmente, ela os torturava simplesmente para se divertir, de várias formas possíveis. Devidamente dopados (ora pela bebida, ora por meio de seringas contendo alucinógenos), as vitimas eram amarradas. Usando materiais corrosivos ou em brasa, ela cegava as vítimas para que as mesmas não vissem o que viria a seguir. Ela usava os mesmos materiais para inflingir dano nos orgãos genitais da vítima, na boca (mais precisamente na língua) e nas costas. Depois de se cansar de assistir a vítima agonizar de dor, ela simplesmente matava-a cortando-lhe o pesçoso ou quebrando-o.

     Essa seção de tortura e assassinato aconteceu com mais de trinta homens. Contudo, depois de ter sucesso em todas as suas "brincadeiras", ela acabou sendo traída pela própria personalidade.

     Ao receber uma negativa de uma de suas possíveis vítimas (a primeira em sua vida), ela acabou perdendo a cabeça e fez sérias ameaças ao jovem. Percebendo o erro que havia cometido, dias depois ela voltou a procurar o jovem rapaz. Mas o mesmo já havia comunicado à polícia o fato acontecido no dia e as autoridades ficaram atentas a possibilidade de encontrarem o responsável pelos contínuos assassinatos que estavam acontecendo. Apesar disso, o jovem, de apenas 19 anos, não conseguiu se salvar. Ingênuo, acabou caindo na armadilha da mulher e após ser torturado em sua própria casa, foi esquertejado em sua cama.

     A escolha pelo esquartejamento da vítima atrasou a fuga da mulher, que foi surpreendida por policiais armados durante seu ato. Presa em flagrante, e no auge de sua insanidade, confessou todos os seus crimes. Foi mandada à uma prisão feminina de segurança máxima, porém não passou nem dois meses na cadeia. Morreu assassinada, em meio à uma rebelião que ela mesma havia provocado durante um ataque de esteria, provavelmente por perceber que não teria mais nenhum homem para satisfazer seus demoníacos prazeres.

     Foi velada e enterrada em um cemitério qualquer, sem importância ou valor, de forma indigna, vazia e triste. Sem nada, nem ninguém. Pagou com a própria vida por seus insânos crimes.

     Para muitos dos familiares das vítimas, não foi um preço justo que foi pago.

      A verdade é que assim terminou uma história de loucuras e mortes. Mortes na infância dura e insensível, quando enfrentou a completa falta de carinho e amor por parte de seus pais; mortes na adolescência, quando teve a mãe assassinada pelo próprio pai; mortes na juventude, quando decaptou seu namorado ao vê-lo agindo como seu pai agia, e na sequência, quando vingou a morte da mãe; e mortes na fase adulta, quando resolveu se vingar de todos os homens pelo que havia vivido.

     Assim, tem-se encerrada a passagem pela Terra de um demônio em corpo de anjo, que veio à vida simplesmente para sofrer e fazer sofrer, aterrorizando e chocando a sociedade, a mesma que a criou.

 

 

 

                                                                                     Victor Augusto

 

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Olhos

 


Meus olhos se fecham.

Não quero pensar,

Em meu próprio susto.

Minha face é forçada

A novamente enxergar.

 

Estou cego de amor.

Esse amor de vida.

E o que é pior:

Que me tortura de dor,

Deixa a mente abatida.

 

Esses olhos que se fecham,

São os mesmos que desfocam,

Fazendo uma lágrima rolar,

Vermelha... Vermelhos a chorar...

Incontável o tempo que chora...

 

São sempre os olhos,

Os culpados pelo sofrimento.

Talvez se escute a verdade,

Mas por sermos tão falhos,

Nos obrigamos a ver os momentos...

 

Os olhos não contenho,

Quando não quero ver.

O que ví me faz sofrer,

Mas é tudo que tenho.

Mesmo sofrendo não quero perder.

 

Os olhos não se enganam,

Quando eles vêem.

Tudo o que desejo ver,

São aqueles olhos que amam,

E os sentimentos que os têm.

 

 

                                         Victor Augusto