segunda-feira, 22 de junho de 2009

Saudosa Despedida

 


As luzes da cidade são salvação,
Tentando ir contra a correnteza,
Lutando nessa cidade com os joelhos no chão,
Orando e orando pela incerteza.

 

Volte e veja o invisível,
Deveria ser hábil para ver o amor no coração.
Problemas que não podem ser nomeados,
É difícil esperar até a vitória chegar...

 

É um sofrimento que não pode parar,
No bater das horas agradece,
Então volte e peça gentilmente para ficar,
Não poderia parar nesse mundo que se esquece.

 

Mas volte como as ondas do mar,
Ausência e atraso são a infelicidade,
É uma parte de sua cura,
E um pedaço de sua doença...

 

Já é o bastante para sofrer,
Nos braços fortes a luz fluirá.
Tarde demais para debater,
Outra hora dessas voltará.

 

Triste despedida calada e fria,
Atrás de um vôo magnífico se esconde o mal,
Suas belas asas levantam canções,
As mais tenebrosas horas do seu dia...

 

Confusão que navega suas veias,
Nas ruas frias o momento de aderir à vida.
Volte e se lance nas próprias teias,
Mais tarde verá a dor de sua partida.

 

E com as mãos ao céu responde,
A umidade revelando sentimentos guardados,
E no último adeus entregue,
Presenteia o futuro a seu imaginário.

 

 

                                                                                    Victor Augusto

domingo, 14 de junho de 2009

Noturnos

 


Maldita solidão ilusória...
Forma estranha de viver,
Difícil de entender...
Momento ímpar de sensações,
Tristeza e paz,
Mas dolorosa mesmice.

 

Terrível sentimento incontrolável,
De pessoas com tempos diferentes.
Horários complexos,
Dias escuros e longos,
Momentos desgraçados e frios,
Porém insubstituíveis.

 

Somos um mundo louco,
Somos uma tribo da Lua,
Complicados entendidos,
Viajantes solitários,
Monocórdia leveza,
Sentimental superação.

 

Cada momento é um começo,
Um meio, um fim,
Sem nexo ou complemento.
Somos sozinhos mas bem acompanhados,
Loucos, mas sem perder a sanidade,
Mortos, mas com a vida nas mãos.

 

 

                                                                                           Victor Augusto

sábado, 13 de junho de 2009

E depois?

 


O mundo acabou...
Toda a importância da vida se passou...
E simplesmente não entendo,
Por que o relógio não pára de contar?
Por que o vento simplesmente não cessa?
A dor não tem dimensões...
Da minha boca só sairiam gemidos.

 

O fim...
De onde meu coração ainda tira forças?
Não compreendo o porquê,
O que será que fiz para merecer isso?
Qual foi o pecado gigantesco que cometi?
Apenas não é justo...
Perco o fôlego quando penso...

 

Acabou...
E ainda assim as folhas trazem o perfume,
Que um dia repousou em minhas mãos.
Por que tirar de mim aquilo que me dava razão?
Qual o plano maior que me faz sofrer assim?
Talvez eu não o queira...
Talvez quisesse apenas ser feliz...

 

Eu sigo...
E meus passos frios deixam pra trás um corpo,
Uma alma que estará no meu coração pra sempre.
Será que ainda conseguirei viver dessa forma?
Seria possível que eu pudesse passar por isso?
Não tenho escolha...
Minha vida seguirá, de alguma forma.

 

 

                                                                                         Victor Augusto

terça-feira, 9 de junho de 2009

Revisões

 


Ventos gélidos trazem lembranças calorosas,
De dias em que a vida era mera casualidade.
Suas frases incertas te davam segurança,
E a voz que soava tristonha levava além.
Estendeu sua mão calmamente,
Temendo a solidão que se aprofundava,
Mas no ato de lançar o amor à sorte,
Obteve a vitória.

 

De onde surgiu aquele que te faz feliz?
Injustamente distante em sua postura firme,
Te leva a desejar viagens improváveis,
Trilhar caminhos obscuros em uma estrada sã,
Sonhando pacientemente com sua chegada,
Para entregar-se àquele que leva sua alma,
E quando disser as palavras de amor,
Vai amá-lo.

 

Um frio doloroso percorre seu corpo,
Saudade frustrante de um calor que não teve.
Os lábios adocicam uma leve melodia,
E o som da voz amada te acalanta a dormir.
Noites complexas tem sido nutridas,
E a esperança de um toque fervente,
Faz você torcer com todas as forças,
Para senti-lo.

 

Esperar não faz parte de seus planos,
E no caminho aparente seus pés não se controlam.
Sua mente viaja incessante aos confíns,
Buscando uma frase que preencha o coração.
Tons graves percorrem seus ouvidos,
Mas soam lindos ao seu sentimento crescente,
Sentir o sabor de lábios provocantes,
É o que mais quer.

 

A brisa fria acorda a realidade ao seu redor,
Mostrando que a dureza da verdade,
Esconde um ponto de surpresa e possibilidades.
Perguntas teimosas não saem de sua mente,
Mas melhor do que respondê-las,
É vivê-las intensamente dia após dias,
Aguardando o momento de fechar esse ciclo,
Com um beijo.

 

 

                                                                                                        Victor Augusto