sábado, 26 de junho de 2010

E quem diria...

Em um certo momento,
Trivial e complexo,
Houve amor.
E quem diria... 

Trazida pelo sopro do diabo,
Surgiu como um marco,
Arriscada maturidade,
Espírito jovem.
Brincando de ser sensual,
Trouxe novidades,
E problemas... 

Separados pelas montanhas,
Os bosques do conhecimento,
As brisas de um beijo,
Escondido no desejo,
Lá permaneceu.
Não houve importância,
Tranquilidade imperada,
Segurança sentimental falsa. 

Moveu moinhos com ventos do passado,
E trazida pela luz,
Abriu o corpo,
Mostrou o lindo tesouro,
Conquistou.
Calor ardente e insaciável,
Fogo inextinguível,
Vida errada. 

Em certo momento,
Estranho e desconcertante,
Houve amor!
E quem diria... 

Fugindo das complexidades,
Do medo de arriscar,
O tempo fez questão de ajudar,
Surgiram frases soltas,
E incompreendidas.
De volta a realidade,
O melhor é não voltar,
E seguir o certo. 

Certo de que nada mudaria,
Problemas distantes,
Frio inevitável,
Abalando estruturas inabaláevis,
Assustou.
Pecados passados marcavam,
Cicatrizes voltavam a sangrar.
Perigo de morte. 

Dor incalculável em várias partes,
Algumas por desconfiança,
Outras por falta de perdão,
E uma por abandono.
Sofrimentos...
Rasgado o véu da possibilidade,
Foi dito que era hora do fim,
Assim o impossível aconteceu. 

Em certo momento,
Noturno e doloroso,
Houve amor!
E quem diria...

O relógio parado sem tempo,
O coração batendo sem vida.
Um só corpo rompido em dois.
Em algum lugar havia outro,
Ser humano vivo.
Porque se importar?
Porque se preocupar?
Mas era impossível o contrário... 

De repente a esperança flui,
O retorno de alguém,
Que se quis esquecer,
Mas não é o mesmo,
É estranho...
Possibilidades de um sentimento,
Até o presente momento,
Da tragédia. 

A morte trouxe a vida,
Estranha e irônica situação,
Alguém distante aproximou-os,
E todas as esperanças,
Se perderam.
O verdadeiro valor retorna,
As pessoas à volta voltam a ser,
Apenas pessoas.

Depois da destruição,
Veio a reformulação,
A reaproximação,
A ressurreição,
A vida.
Se sofreu distante por nada,
Sofreu porque não quis parar,
E a maturidade nada laveu.

Em certo momento,
Final e decisivo,
Houve amor!
E quem diria...

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