terça-feira, 22 de novembro de 2011

Na solitária madrugada sangrenta


Um sonho sem dor meu fez acordar.
Um sonho do qual jamais poderei retornar.
Uma faca estava cravada em meu coração.
Eu vi meu corpo sangrando no chão.

Na solitária madrugada sangrenta...

Não pude ver sua reação.
Quando descobriu minha situação.
Não sei se lágrimas derramou.
Não sei nem dizer se aquele dia me amou.

Na solitária madrugada sangrenta...

Meu corpo jaz no mesmo lugar.
Demoraram muito para encontrar.
Já não podiam fazer nada.
Eu já havia seguido a eterna estrada.

Na solitária madrugada sangrenta...

A dor da morte é pavorosa.
Mas nem se compara ao cair da rosa.
Abandonar a alma é eterno.
Mas viver sem amor é um inferno.

Na solitária madrugada sangrenta...

Vejo meus olhos se fechando.
Sei exatamente em quem estou pensando.
Nenhuma vontade de viver sobrou.
Tudo se foi quando ela disse que acabou.

Na solitária madrugada sangrenta...

O vazio nos olhos revela o fim.
Um verdadeiro alívio para mim.
Quem sabe assim paro de pensar nela.
Afinal a vida só tinha sentido com ela.

Na solitária madrugada sangrenta...

Momento de abandonar o corpo que não é meu.
Corpo controlado por um coração que era seu.
Não me arrependo do que estou fazendo.
A verdade é que eu não estava vivendo.

Na solitária madrugada sangrenta...

Se as coisas mudariam nunca saberei.
Vejo que fui fraco e não aguentei.
Tudo que gostaria que soubesse escreverei.
Quero que saiba que sempre te amei.

Na solitária madrugada sangrenta...

Desde o dia em que decidi por ti.
Desde o dia em que peguei minhas coisas e parti.
Desde então por você eu vivi.
E por perder você foi que eu morri.

Na solitária madrugada sangrenta...

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