domingo, 20 de novembro de 2005

Evolução

 


Em uma época de loucos,

Onde todos vivem sós,

Vive um jovem prantoroso,

Que já não possui mais voz.

 

Jovem como a flor vivida,

Encantada em seu jardim.

Vive triste, com lamentos,

Por ter sido feito assim.

 

Quando ainda era semente,

Sua vida foi feliz.

Crescimento retardio,

Bem do jeito que ele quis.

 

Entre a muda e a planta,

Conheceu o sentimento.

Mas por não tê-lo regado,

Hoje entra em seu lamento.

 

Quase estava completa,

E vivia a espreitar.

Sem alegria da vida,

Começava a duvidar...

 

Foi tirado de seu solo,

E em outro foi plantado.

De sua vida feliz,

O passado foi retirado.

 

Aparentemente vivo,

Nem deu fruto e não sofreu.

Com lembranças na memória,

Deste frio passado ateu.

 

Profundou-se em outros solos,

A procura de alimento,

Pra sarar a dor terrível,

De um infeliz sofrimento.

 

Novamente o sentimento,

Em um caule ressurgiu.

Já na época dos espinhos,

Quase estava bem viríl.

 

Por tempo sufocou-o.

Em sua seiva resistiu.

Novamente ele percebeu,

Que estava em solo frio.

 

Enfim estava pronto!

Aparentemente são.

Para a vida ser completa,

Faltava-lhe a emoção...

 

A vida segue lenta,

Com a seiva a percorrer.

Algo bem interessante,

Tinha que acontecer!

 

E o jovem prantoroso,

Que se emudeceu de vez,

Não viu que o tempo voa...

Um segundo na verdade são três!

 

Esperará ancioso,

Até que a seiva se encerre.

Ou terá o sentimento,

Ou deixará que o tempo o carregue.

 

 

                                                  Victor Augusto

 

 

 

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