domingo, 5 de dezembro de 2010

Pecado solitário

Na frias madrugadas me isolo.
Me escondo em meus pecados profundos.
Na solidão de um quarto branco,
Nos brilhos incessantes da tragédia,
Me afogo.

Salvação?
Impossível?
Para onde fugir?
O que fazer?

A falta que um par de braços faz,
Me provoca ilusões de desejos,
E me afasta cada dia mais de mim mesmo.
Que fracasso...
Que ridículo...

Ao fechar a porta o nojo muda,
Dele retiro um prazer oculto,
Um deleite silencioso e podre.
Nas torturas de outras pessoas,
Me torturo e deformo na alma.

Por que?
Como parar?
Quem pode me ajudar?
E se eu gritar?

O tempo vai passando e vou morrendo.
Meu socorro calado não ajuda.
Me vejo cada vez mais afundado,
Enquanto nado na direção oposta,
A qual olho.

Um pecado vazio,
Do qual em vão desejo sair.
Quero parar mas a solidão...
Quero não precisar mas o corpo...
Quero transformar.

Um simples corpo,
Uma companhia eterna,
Diariamente me perguntando como estou.
Me traga isso para me limpar,
É o que preciso para me curar.

Quando?
Como?
Se entregará?
Viverá comigo?

Com a cama cheia,
Os mals vão embora.
A sede será saciada naturalmente.
Sem pecados e sem mutilações,
Sem cobrança e sem culpa.

A melhor forma de purificação,
É também a mais complexa.
Resistir todos os dias,
Até quando não for mais necessário,
Se viver até o dia para ver.

Enquanto isso vou deixando para trás,
Pedaços de minha alma e mente.
Poucas horas de sono,
E muitas horas de sofrimento e dor,
De alguém que se mata.

É pecado desejar morrer?
Esperar por isso?
Se sentir morto?
E não enterrado?

Peço à uma força maior,
Que venha e me purifique,
Que tire de mim isso que me consome.
A culpa que provoco em mim mesmo,
Me envergonhando de ser quem sou.

Me tire das madrugadas sujas,
Das noites mal dormidas.
Me livre do mal de uma vez,
Antes que para ele eu entre,
E nunca mais saia.

Já não sou mais o mesmo de antes,
O tempo consumiu muito de minha resistência.
Quero lutar mas não sozinho.
E vou pois tenho quem me ajude.
Preciso apenas que possa me ajudar.

Assim permaneço temporariamente,
Entregue às tentações do pecado.
Celebrando cada dia de vitória,
E me odiando cruelmente à cada derrota,
Esperando no que isso irá se transformar.

3 comentários:

  1. pára cara, vc escreve muito... sem qrer me identifiquei xD

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  2. pedir para morrer por nao ter quem deseja ao seu lado é muito anos 50
    sem ter como viver na era digital sem ter quem se quer ao lado
    é preferiel vegetar no mar de informaçoes
    e se um dia descobrires que nada que viveu foi em vão
    suicidio de certo nao é uma bela soluçao
    nao podemos culpar os outros por nao saber o que é valor
    somente lamentar aqueles que nao sabem o verdadeiro significado do amor.
    (Anny Caroline)

    xD

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