segunda-feira, 11 de abril de 2011

Os olhos...

Quando fecho meus olhos, a imagem vem:
Seus lindos cabelos brilham para mim.
Mas não são eles que me chamam a atenção;
Um corpo escultural balança à minha frente.
Mas não é ele que me chama a atenção;
Uma boca rosada tentadora passa a lingua pelos lábios.
Mas não é isso que me chama a atenção;
Mãos formam um coração e se voltam para me tocar.
Mas não são elas que me chamam a atenção.
Eis que meus olhos se fixam em um detalhe,
Algo que para muitos passaria despercebido.
Meus olhos se fixam naqueles outros olhos.
Os outros olhos, grandes, coloridos, cheios de sentimentos.
Aqueles olhos que são independentes das mãos,
Do corpo e da boca.
Os olhos que me dizem muito mais do que a lábia quer.
Quando esses olhos me fixam,
Eles clamam pelos meus.
O medo deles de simplesmente se voltarem a mim passa,
No momento em que os meus próprios se voltam a eles.
E os olhos sorriem.
Eles me dizem palavras que a boca tem dificuldade em expressar.
E quando a boca diz "eu te amo",
Eles se escondem,
Em reverência à luta vencida pela mente e pela própria boca.
Mas lá estão eles, firmes e belos,
Me afogando em sentimentos,
Me prendendo em uma linda e apaixonante rede.
Olhando-me assim eu viajo e descubro o mundo lindo que eles me oferecem,
E descubro que eles também estão loucos para fazer parte do meu mundo.
Assim me entrego a eles.
E me encanto por tudo que eles me dizem,
Pelo brilho daquele olhar.
E o mais irônico de tudo,
É que esse encanto me atrai para o momento mais delicioso do universo,
E justamente nesse momento,
Os olhos ficam fechados.

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