terça-feira, 13 de outubro de 2009

Fábula Triste

 


Hoje vejo uma fábula triste,
Um momento vazio em minha solidão ausente.
No meu caminhar encontram-se cinzas,
Passos mortos de um passado cinzento.
Ao acordar do Sol que parece escuro,
Um rápido momento para erguer a claridade,
Me vejo olhando ao céu por uma brisa,
Uma simples mudança no destino certo.

 

Meu café está frio.
O relógio marca o momento da minha passagem,
Ao olhar em volta me vejo sonhando...
Que sonho seria esse que tenho?
Uma nota musical melódica me acompanha.
Traços de um dia que está apenas começando,
Ou quem sabe terminando...
Apenas sei que preciso ir andando...

 

Uma multidão como um estouro,
Uma barulheira deveras silenciosa.
Cada mente perdida em seu próprio infinito.
E naquele meio estou eu.
Um ponto claro ou talvez escuro,
Caminhando solitário sobre o mundo,
Mundo medíocre e cretino,
Que me engoliu e está me digerindo.

 

Tarefas e problemas e vozes e pessoas...
Será que alguém realmente sabe o que faz?
Ações automáticas e repetitivas,
Papeis, computadores, livros...
Dinheiro, trabalhos, relatórios, reuniões...
Um tiroteio desesperado por um fim...
Ou um começo, talvez...
Espero sinceramente que um dia eu descubra...

 

Sentado à beira de um lago,
Eu observo calmamente longos cabelos,
Lindos e loiros se afastando ao vento.
Uma bela mulher que talvez sinta o que eu sinto,
Mas eu duvido muito...
Uma gota salgada escorre lentamente,
E em absoluto contra minha vontade,
Cai em meio à água doce...

 

Diga-me se estou errado,
Em observar o seu olhar incógnito,
E me perguntar se será que o meu,
Tão apreensivo e inocente,
Tem essas características únicas,
E essa beleza sentimental profunda,
Capaz de congelar a alma,
E aquecer o mais singelo coração?

 

Eis que acontece uma onda,
Uma aparente marola no oceano da mesmisse.
Um sorriso puro e brilhante para mim.
Algo tão absurdamente ilógico,
Que levo alguns segundos para entendê-lo.
Quase não pude conter a emoção,
Se é que isso se chama emoção,
Uma vontade louca de agradecer.

 

Preciso de mais e mais,
De carinho, de ternura e complexidade.
De um coração palpitante e incerto,
Falho e sem certezas.
Doentia procura incessante,
Uma incontrolável loucura alegre,
Que explode em meu peito com palavras,
As quais expresso com um cumprimento.

 

Entre brincadeiras e silenciosas conversas,
Nosso conhecimento se expande.
Cada vez mais descubro meu vício,
Minha dependência total de você.
Segurando-me na falha de minha coragem,
Um grito mudo ruge no meu interior,
Pedindo com todas as forças,
Para tocar a sua mão.

 

E o momento sonhado soa alto,
Correndo vou para buscar o improvável,
Supero montanhas e pântanos sombrios,
Unicamente para estar ante você.
E ao longe avisto meu maior desejo,
E com o coração na garganta me aproximo,
A vida agradecendo por tudo,
E você me dizendo "olá"...

 

Faltam as palavras reais,
Mas palavras não descrevem divindades,
Nosso olhar compartilhado congela,
E o universo se silencia.
Aos nossos passos aproximados,
A terra extremesse ansiosa,
E com a maior de todas as glórias,
O nosso beijo formaliza o amor.

 

 

                                                                                  Victor Augusto

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