quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Amargura

 


Não quero molhar essa palta em branco,

Com lágrimas de pura amargura.

Não sou tão bom quanto os outros,

Que olham por cima de mim.

Não sei fazer tudo que faziam,

No tempo em que ser alguém era fácil.

 

Estou sufocado pelo ódio que sinto.

Da minha própria pessoa e de minha tolice.

Adoraria pegar tudo o que vejo,

Quebrar contra a parede.

Quebraria as lembranças, os orgulhos,

As dores que me fazem sofrer.

 

Não entendem o que sinto,

E o que falo sobre a vida.

Porque ninguém lê o que digo.

O que falo nem sempre é o que sinto.

Mas o que escrevo sempre digo.

Exatamente o que se passa em minha mente.

 

Os outros são perfeitos para todos.

Seus defeitos quase não eram notados.

Eram saudáveis, inteligentes e belos.

Eu, no entanto, sou totalmente errado.

Quase não possuo qualidades ante meus defeitos,

Sou doente, burro e horroroso.

 

Nunca fiz as coisas por mim,

Ou porque os outros queriam.

Fiz porque não sabia o que fazia;

Fiz porque não sou inteligente o bastante,

Para fazer o que os outros queriam,

Ou para fazer as coisas por mim.

 

Todos são bons e corretos,

Fazendo as coisas de forma madura.

Por não terem tido escolha,

Foram ensinados a serem assim.

Dessa forma, não quero que agora,

Tenha piedade de mim.

 

Não sei o que estou fazendo.

A verdade é que sou despresível.

E aqui está a prova de minha tolice:

Estar escrevendo essas palavras de dor,

Em vez de estar cometendo suicídio,

Sofrendo com essa amargura na alma.

 

Tudo ao meu redor evolúi.

E minha vida continua da mesma forma:

Nem voltada para algum futuro;

Nem da forma que foi no passado.

Existe apenas esse presente de sempre,

Que preferia que fosse de nunca.

 

 

                                                   Victor Augusto

2 comentários:

  1. O maior mal do homem burro é o orgulho...
    De não aceitar as coisas que lhe são ditas por achar que aceitado-as vai ser uma forma de mostrar não tem o controle sobre sua propria vida.
    E isso não é verdade. Há coisas que só acertamos acatando os conselhos de outro, que as vezes são nossos proprios pais, estes que tem como unico e exclusivo objetivo nosso sucesso.
    A vida é curta e nao se tem tempo suficiente pra cometer todos os erros esperando acerta-los depois.
    O depois pode nao existir!!!

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  2. Em relação a cor do texto, foi apenas um equivoco que ja foi solucionado.
    Em relação ao texto, nao é meu é de Vínicios de Moraes, apenas esqueci de colocar o credito dele.
    Em relação a isto, queria deixar bem claro tratar-se apenas de interesse literário, já que é de conhecimento de muitos meu encantamento por poesias diversas e  que meu objetivo vou apenas esse e que por isto nada muda.
    Agradeço a compreenção ja de antemão.

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